O finalmente muitas vezes anuncia recomeço. Desperto com imagens dos sonhos míticos da longa noite ensaística embaralhada por obras de arte e uma legenda a tremeluzir \"a literatura psicanalítica não é apenas um drama da psique individual\". Mesmo que ao acordar duvide de alguma existência fora do sonho, logo penso que isso vai muito além de um solipsismo psicanalítico de subjetividades e pulsões e retomo aos poucos a sismática janela \"desejo/cultura\". Afortunadamente, o mundo freudiano ainda que desencantado com a felicidade humana não anuncia que o sonho acabou, pois se mantém ao lado do desejo, dos processos de identificação, da formação de fantasias ativadas nas inter-relações, ou seja, aposta nas formações intersubjetivas que se atam e desatam em constante figuração. Sim, há pontos críticos para a própria psicanálise, como nos processos puramente narcísicos que se mostram impermeáveis aos mecanismos sociais e que parecem florescer nesta era de incerteza e crise, mal definida como \"o contemporâneo\". Penso ser a arte o órgão que resta da vida imaginativa. Quanto à escuta e a escrita de Freud sim, estas são contemporâneas verdadeiramente