A valorização extrema
da individualidade, a competição acirrada, a flexibilização das relações de
trabalho e a precarização dos laços sociais contribuem para a fragmentação do
indivíduo, tornando-o cada vez mais isolado em sua busca por sucesso e
reconhecimento. Nesse contexto, Circuitos da solidão não se propõe a
oferecer apenas um panorama abrangente da solidão: pode se tornar uma
ferramenta clínico-teórica para refletir sobre as profundas transformações em
curso e os desafios impostos pela experiência coletiva de isolamento e perda.
- Bernardo Tanis
Mais do que eliminar as experiências de solidão, negando-as,
disfarçando-as, vendo nelas apenas o sofrimento e a dor e não lhes reconhecendo
uma dimensão positiva do humano, mais do que expulsá-las, trata-se, ao
contrário, de retirar a solidão... do isolamento. Em uma civilização que reúne
os traços contraditórios do caráter de massa e do ultraindividualismo, já há
nisso algo de profundamente t